Filme é mais uma tentativa da Netflix de emplacar o Oscar de melhor filme 162v4a
RUMO AO OSCAR 4h642c
A Netflix começou em 2015 a perseguir um sonho: figurar entre os indicados ao Oscar, o maior prêmio do cinema mundial. Naquela ocasião, lançou Beasts of No Nation, protagonizado por Idris Elba. Não deu. Em 2017 foi a vez de Okja, a fábula alimentar que novamente não emplacou. Em 2018 contratou o figurão Alfonso Cuarón e, com Roma, teve um acerto e tanto. Até o mármore do Kodak Theatre, onde acontece a cerimônia do Oscar, sabia que Roma era superior ao vencedor da estatueta principal, Green Book – o guia, mas como uma forma de retaliar sua origem, o deixaram somente com os prêmios de melhor filme estrangeiro, fotografia e direção. Festivais como o mais tradicional, o de Cannes, ainda não engolem a produtora de streaming, tanto é que depois da exibição de Okja, não aceitou mais filmes dessa origem.
O Oscar tem uma regra clara: qualquer filme que ficar em cartaz por determinado tempo em um cinema estadunidense está apto a concorrer ao prêmio. É o caso de O Irlandês, maior aposta do ano da Netflix. O filme dirigido por Martin Scorsese tem no elenco estrelas do nível de Robert de Niro, Al Pacino e Joe Pesci. Elenco de luxo não salva filme nenhum e o cinema está cheio de exemplos disso. Felizmente não é o caso de O Irlandês. O filme é um assombro e vai ser impossível a Academia ignorá-lo.
Por três horas e meia de duração, que am sem você perceber, o filme conta a história do irlandês Frank Sheeran (Robert de Niro), que entra para o mundo da máfia ao conhecer o chefe da família criminosa da Pensilvânia, Russell Bufalino (Joe Pesci, impecável). Dali ele sobe um degrau ao se tornar o guarda-costas de Jimmy Hoffa (Al Pacino), personagem que de fato existiu e foi presidente do Sindicato dos Caminhoneiros, um dos mais fortes dos EUA. Por seu envolvimento até o pescoço com a máfia foi preso por quatro anos e sumiu misteriosamente. O filme o mostra como vítima de seus pares.
A construção da história, com diálogos precisos e cenas ágeis, mostra todo o talento de Scorsese, que já havia demonstrado toda sua excelência em clássicos como Taxi Driver e Cassino. Não tinha como dar errado. Veja!